MARINA DA HORTA COMPLETA 36 ANOS DESDE A SUA INAUGURAÇÃO, EM JUNHO DE 1986

 

A Marina da Horta completou na última sexta-feira, dia 3 de junho, 36 anos de existência, dado ter sido naquele mesmo dia e mês, em 1986, que foi oficialmente inaugurada e recebeu os primeiros veleiros, ocupando na altura a quase totalidade dos seus cais e pontões flutuantes, numa ocasião em que os Açores eram já, há mais de década e meia, um destino de passagem para destacado número de iates envolvidos em grandes travessias do Atlântico Norte.

Tão depressa a sua capacidade foi esgotada que a 2 de março de 2002 seria formalizada a sua ampliação, para a bacia Sul do Porto da Horta, passando a capacidade inicial de 120 postos de amarração para os atuais 300, mesmo assim aquém da demanda que este porto de recreio todos os anos gera, muito particularmente nos meses de abril a julho.

Segundo dados avançados há alguns anos pela conceituada revista náutica francesa “Voiles e Voiliers”, a Marina da Horta é a segunda da Europa com mais entradas registadas de veleiros envolvidos em viagens transoceânicas (somente suplantada no ‘Velho Continente’ por Gibraltar, o maior porto internacional para a náutica de recreio), posicionando-se, neste particular, em quarto lugar a nível mundial (a seguir, também, ao México e à ilha Trindade, do arquipélago de Trinidad e Tobago), e significativamente à frente de Bermudas e de Las Palmas, nas Canárias.

A Marina da Horta é palco recorrente de passagem dos maiores nomes da vela ‘offshore’ de alta competição internacional, como já sucedeu este ano com Armel Le Cléac’h (vencedor da ‘Vendée Globe’ 2016-2017 e segundo noutras duas edições desta prova mítica de volta ao mundo em solitário, sem escalas e sem assistência, para embarcações IMOCA, de 18 metros, considerada a mais dura de todas), Sébastien Josse (com três participações na mesma ‘Vendée Globe’ no currículo, na qual foi 5.º classificado, na edição de 2004-2005) e Jean-Pierre Dick (quatro vezes presente na quadrienal ‘Vendée Globe’, com dois 4.ºs lugares como melhores resultados, para além de ter sido vencedor de duas edições da afamada ‘Barcelona World Race’), para citar apenas três navegadores famosos, dos mais recentes, em escala, no caso nos finais do último mês, na ilha do Faial.

Esta marina foi, por outro lado, o primeiro porto português a ostentar a Bandeira Azul da Europa, em 1987, galardão que mantém até hoje, atestando as suas especiais condições respeitantes à qualidade ambiental, quanto a equipamentos e serviços, e no que respeita a segurança e atividades de educação para a conservação da natureza.

Numa altura em que a Marina da Horta acaba de completar 36 anos é de assinalar que esta infraestrutura portuária pode vir a registar em 2022 um movimento, até final do ano, muito próximo do máximo de embarcações que constitui o seu recorde, já que a 31 de maio se contabilizavam ali 557 entradas, contra somente 522 no último ano ‘normal’, pré-pandemia (2019), mantendo-se, no entanto, em 1300 embarcações a melhor cifra até agora averbada, já há mais de uma década, em 2009.

No princípio do mês de junho a Marina da Horta alberga perto de três centenas e meia de iates no porto faialense, quando estão a chegar à ilha, ainda estes dias, os 28 veleiros de recreio envolvidos em mais uma edição da ‘ARC Europe’ (Atlantic Rally for Cruisers), organizada pelo World Cruising Club, entre as Caraíbas e Lagos (Algarve), e em julho se dirigirão para a ilha do Faial à volta de 70 veleiros da Classe Mini 6.50, competindo numa regata bienal para velejadores solitários, parte deles profissionais e semi-profissionais, que se realiza, já desde 2006, entre Les Sables d’Olonne – verdadeira ‘capital’ da vela mundial de competição em alto-mar – e os Açores, e que vai para a sua nona edição (sequência só interrompida em 2020, no que respeita à vinda ao nosso arquipélago, em função do eclodir, naquele ano, da pandemia da COVID-19).