A totalidade das nove ilhas dos Açores tem vindo a receber nos últimos anos escalas de navios de cruzeiros, estando praticamente todos os portos do arquipélago sob gestão da Portos dos Açores, S.A. capacitados (naturalmente, com diferentes condições e funcionalidades) para acolher os passageiros daquele segmento do turismo marítimo.
Num universo de 14 infraestruturas portuárias com jurisdição desta empresa pública, somente Santa Cruz das Flores não regista histórico de procura por navios de cruzeiro, o que resulta da intrincada configuração e reduzida dimensão daquele porto – direcionado, apenas, para a pequena pesca artesanal, para a pesca lúdica, para as atividades marítimo-turísticas e para as ligações marítimas de passageiros com a ilha do Corvo, através da lancha “Ariel”, da Atlânticoline – e pela inexistência, ademais, de uma área de fundeadouro exterior adequada, como sucede noutros casos…
Nos restantes 13 portos vários há onde a operação de navios de cruzeiro somente pode ocorrer com recurso a ancoradouro e, depois, com subsequente transbordo dos turistas para terra mediante utilização dos ‘tender-boats’ de bordo. É o que se passa, concretamente, no caso do Corvo, Madalena, Lajes do Pico e Calheta (São Jorge).
Nas infraestruturas em que o serviço de cruzeiros pode ocorrer ao cais há também diferenciação da apetência para operação, entre navios de pequena dimensão (até 150 metros de comprimento de fora-a-fora), de média dimensão (até 250 metros) e de grande dimensão (até 365 metros de comprimento).
No primeiro caso estão Lajes das Flores – ainda com limitações acentuadas até à construção do novo porto, após a destruição ali provocada pelo furacão ‘Lorenzo’, em outubro de 2019, sendo passível de utilização, para já, apenas a denominada ponte-cais –, bem como São Roque do Pico, Praia da Graciosa, Angra do Heroísmo e Vila do Porto.
Com capacidade para acolher navios de cruzeiros de média dimensão temos o Porto da Horta (no Terminal Marítimo de Passageiros e no cais comercial, quando disponível) e o Porto de Velas, entretanto ampliado em mais 150 metros, em 2019.
Por fim, com possibilidades para registar a operação dos maiores navios das frotas de cruzeiros das diferentes companhias e operadores, temos o Porto da Praia da Vitória e o Porto de Ponta Delgada (no Terminal Marítimo das ‘Portas do Mar’ e no cais comercial).
Como se sabe, na generalidade das infraestruturas portuárias dos Açores as escalas de navios de cruzeiros ocorrem em espaços multiusos e em molhes-cais dedicados às vertentes do tráfego comercial e à movimentação de mercadorias (isto é, cargas, contentorizadas ou a granel), sendo a única exceção a do Porto de Angra do Heroísmo – o histórico ‘Porto das Pipas’ –, todo ele direcionado para o turismo marítimo, nas suas variadas vertentes, e para o trânsito interno de passageiros no Grupo Central do arquipélago, em ligações sazonais.
Regista-se, no entanto, nas ilhas açorianas, a existência de dois terminais marítimos dedicados exclusivamente aos passageiros e aos cruzeiros, com cais apropriados, serviços complementares, gares com funcionalidades diversas, incluindo controlo de pessoas e bagagens, se necessário, e comodidades ajustadas às exigências daquela ‘indústria’ e dos seus utentes. Trata-se do Terminal Marítimo das ‘Portas do Mar’, integrado no Porto de Ponta Delgada, ao serviço do negócio desde 2008 e do Terminal Marítimo de Passageiros do Porto da Horta, em funcionamento desde 2012.
TERMINAL MARÍTIMO DAS ‘PORTAS DO MAR’ (PORTO DE PONTA DELGADA)
[em edição …]
TERMINAL MARÍTIMO DE PASSAGEIROS DO PORTO DA HORTA
[em edição …]