A Portos dos Açores, S.A. regista o facto do ciclone tropical “Gabrielle” não ter, praticamente, deixado rasto de danos nos espaços, nas infraestruturas e nos equipamentos portuários dos Grupos Ocidental e Central das nossas ilhas, bem como nas embarcações que se encontravam acostadas, estacionadas a seco ou abrigadas nos portos do nosso arquipélago sob gestão desta empresa pública.
Importa recordar que a administração portuária ativou na passada segunda-feira, 22 de setembro, o seu Plano de Segurança Interno, implementando um conjunto alargado de medidas de autoproteção nos portos sob a sua jurisdição, durante toda a semana, tendo promovido no dia de quinta-feira a constituição de piquetes de pessoal operacional, de segurança e de serviços marítimos, que se mantiveram nas instalações (e nas embarcações, quando necessário e aconselhável) de prontidão, durante toda a noite e madrugada, para acompanhamento do fenómeno meteorológico extremo que nos atingiu.
As ações desenvolvidas, como se sabe, visaram minimizar danos materiais e garantir a segurança das pessoas e dos bens, através de uma estratégia coordenada de preparação para este ciclone tropical, o que acabou por ser prosseguido com o empenho e a dedicação de todos os que, em diferentes funções, colaboraram para que este desafio tenha sido enfrentado de forma organizada, responsável e eficaz.
Em concreto, foram apenas verificadas pequenas ocorrências na Marina da Horta, essencialmente nas infraestruturas flutuantes e deram-se situações pontuais com embarcações, que foram atempadamente resolvidas, e registou-se um incidente com uma embarcação (veleiro) que se soltou de uma amarração e foi embater num pontão no Núcleo de Recreio Náutico das Lajes do Pico, provocando pequenos riscos na mesma. No Porto da Praia da Vitória verificaram-se danos em algumas defensas e nos portões da oficina, felizmente tudo de proporções residuais em termos de danos nas infraestruturas e equipamentos.
A ativação dos planos de prevenção e de emergência pela Portos dos Açores, S.A. assegurou não só a proteção das infraestruturas portuárias durante o período crítico, mas permitiu a continuidade de prestação dos serviços essenciais depois de passado o fenómeno, embora seja certo que a administração portuária vai ainda continuar a monitorizar a situação, nomeadamente nas ilhas do Grupo Oriental, onde ainda se fazem sentir alguns efeitos da agora denominada depressão pós-tropical, priorizando sempre a segurança das pessoas e bens.
A Portos dos Açores, S.A. assinala, entretanto, os comportamentos preventivos assumidos, com empenho e profissionalismo, por toda a comunidade portuária, na adoção das necessárias e indispensáveis precauções, que contribuíram para que o furacão “Gabrielle” fosse enfrentado com sucesso, a bem de todo o setor portuário.
Foto: João Alves
A Portos dos Açores, S.A. (PA) pretende proceder na próxima segunda-feira, 15 de setembro, à assinatura do contrato para materialização da empreitada de construção da proteção costeira da baía do Porto de São Roque do Pico, obra que tem como prazo de execução 36 meses.
Na sequência de concurso público lançado no passado mês de abril e dos procedimentos subsequentes, o Conselho de Administração desta empresa pública adjudicou, a 8 de agosto último, aquela empreitada à empresa MOTA-ENGIL, Engenharia e Construção, S.A., pelo montante de 42.988.000,00 (quarenta e dois milhões, novecentos e oitenta e oito mil euros), acrescido de IVA à taxa legal em vigor.
Esta empreitada consiste na construção de uma proteção costeira com cerca de 350 metros de comprimento e orientação aproximada nascente-poente. A infraestrutura protegerá a área mais crítica da orla costeira, ou seja, a que está sob maior influência da agitação marítima e onde se verificam episódios de galgamentos, que afetam a estrada regional contígua.
O Governo dos Açores e a empresa pública Portos dos Açores, S.A. (PA) lançaram formalmente no passado mês de maio, a primeira pedra da empreitada de construção do novo Porto das Lajes das Flores, uma obra a desenvolver ao longo de cinco anos, pelo valor de € 194.830.000,00 [cento e noventa e quatro milhões, oitocentos e trinta mil euros, mais IVA à taxa legal em vigor], com financiamento comunitário a 85% assegurado pelo Programa Sustentável 2030.
Este investimento decorre da destruição verificada naquela infraestrutura portuária a 2 outubro de 2019 por ação do furacão ‘Lorenzo’, a qual mais tarde, em 10 dezembro de 2022, foi novamente atingida e sacrificada de forma profunda pela depressão ‘Efrain’. Neste entretanto seriam desenvolvidas naquele local, intercalarmente, três outras empreitadas, a primeira para “proteção de emergência”, a segunda para “construção de uma ponte-cais e rampa Ro-Ro” e a terceira para novas obras de “proteção de emergência” (levadas a cabo em 2023, pós-Efrain), as quais, somadas, representaram um investimento superior a € 33.000.000,00 [trinta e três milhões de euros, mais IVA à taxa legal em vigor].
Falando na altura da cerimónia, no Porto das Lajes das Flores, a Presidente do Conselho de Administração da PA, Sancha Costa Santos, salientou que “estas intervenções permitiram que o tráfego marítimo e a circulação de mercadorias se fizesse sem grandes sobressaltos, nestes últimos anos, período em que as Lajes das Flores também recebeu, a tempo e horas, os imprescindíveis navios de combustíveis”.
Para a Presidente da Portos dos Açores, S.A., esta intervenção na ilha das Flores traduz-se no “maior trabalho de construção civil marítimo-portuário alguma vez feito no nosso arquipélago, pela sua dimensão real, pela dificuldade de o desenvolver (assegurando sempre o abrigo e a operacionalidade de toda a infraestrutura, ao longo dos 60 meses de intervenção previstos) e, ainda, pela expressão financeira deste assinalável investimento”.
Sancha Costa Santos esclareceu, por outro lado, que “esta obra desenvolve soluções que permitem dotar o Porto das Lajes das Flores de melhores premissas de operacionalidade, segurança e resiliência, com vista, nomeadamente, a incrementar as condições de abrigo na bacia portuária, a aumentar os fundos de serviço do cais principal, a criar redundâncias para garantir a permanente disponibilidade de zonas de acostagem e separar os diversos setores portuários, com distinção evidente entre a zona de movimentação de mercadorias e a zona preparada para receber passageiros e navios de cruzeiros de expedição”.
Esta empreitada de construção do novo Porto das Lajes das Flores compreende a reconstrução do molhe-cortina e seu prolongamento em aproximadamente 95 metros e a construção de um novo cais com 170 metros de comprimento, com fundos de serviço de -9 metros (ZH) e plataforma de 40 metros de largura, nela se incluindo, igualmente, a construção do novo edifício da gare de passageiros e de apoio às operações portuárias, bem como a reabilitação de todas as redes técnicas gerais (água, energia elétrica, iluminação pública, CCTV e combustíveis).
A cerimónia de lançamento da primeira pedra da empreitada de construção do novo Porto das Lajes das Flores foi presidida, a 19 de maio, pela Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, ficando agora os trabalhos a cargo de um agrupamento constituído pelas empresas Tecnovia Açores, Sociedade de Empreitadas, S.A., ETERMAR – Engenharia e Construção, S.A., Teixeira Duarte – Engenharia e Construções, S.A., e Marques, S.A., em resultado de projeto geral da responsabilidade do consórcio projetista Morim de Oliveira / MSW – Estudos e Projetos de Obras Marítimas, Lda..