A escala protagonizada na quinta-feira, dia 15 de dezembro, pelo navio de cruzeiros “Arcadia” (da P&O Cruises) possibilita que os portos açorianos finalizem a temporada de 2022 com um novo máximo de escalas de navios de turismo. Foram 200 visitas num só ano, número que superou em 32% a anterior referência atingida em 2017, então com 152 escalas. Associado a este novo recorde estão 128 mil passageiros, número ainda considerável, tendo em conta a situação pós-pandemia. Estes números são a inequívoca demonstração da relevância que o destino Açores tem vindo a assumir no panorama internacional, fruto de um trabalho conjunto da Portos dos Açores, S.A., Agentes de Navegação e Tour Operators da Região.
São Miguel, com 84 escalas, foi a ilha mais visitada e também a com mais passageiros, acima de 81 mil. A ilha Terceira, com cerca de 28 mil passageiros e 44 escalas, foi a segunda ilha com mais movimento, quedando-se a ilha do Faial no terceiro posto, com 38 escalas e 12 mil passageiros. Assinale-se o facto que as duas ilhas do Grupo Central registaram, até à data, o maior número de escalas de navios de cruzeiro num só ano.
Como já vem sendo habitual, abril foi o mês de maior afluência, num total de 43, no entanto os meses de maio, com 36 escalas e março, com 22, também foram particularmente ativos, num ano em que 27 navios de cruzeiros visitaram os Açores pela primeira vez.
Neste contexto, cada vez maior ênfase para um segmento que se tornou numa das prioridades da Portos dos Açores, S.A., com a clara aposta na divulgação destas ilhas como local de eleição para os navios de cruzeiros de expedição. Poucos passageiros, navios de pequena dimensão, turistas que possuem um elevadíssimo poder de compra e procura das ilhas na época baixa, são indicadores que permitem aferir que o futuro passa por este particular nicho de mercado. Estes visitantes também dinamizam a economia das várias ilhas que visitam, das maiores às mais pequenas, o que se traduz na procura por atividades de natureza ou marítimas, interagindo frequentemente com as empresas locais, para assegurar atividades ‘outdoor’, nomeadamente visitas, caminhadas, ‘whalewatching’, ‘sportfishing’ e mergulho, entre outras. Em 2022, este segmento representou 45% do total de escalas de navios de cruzeiro no arquipélago.
Relativamente aos outros paquetes que nos visitam, tem sido evidente que esta indústria tem projetado as suas frotas em conformidade com os mais recentes padrões de eficiência energética e recorrendo a tecnologias alternativas de ponta, com mais separadores e recicladores dos seus lixos e tratamento de águas residuais, resultando daqui um reduzido impacto ambiental. Além dos vários navios movidos a GNL (gás natural liquefeito) que navegam e até já nos visitaram, outros já estão a usar a tecnologia Climeon, que transforma o calor gerado pelos motores do navio em eletricidade, reduzindo a necessidade de combustível, bem como sistemas depuradores para gestão de resíduos de dióxido de enxofre, ou utilização de conversores catalíticos, que reduzem os óxidos de nitrogénio. Realce, ainda, para a padronização na utilização de luzes LED, para reduzir o consumo de energia, design hidrodinâmico do casco, que proporciona excelente desempenho, com consequente economia de combustível, e tintas sem compostos prejudiciais ao nosso mar. Destas inovações resulta uma efetiva mobilização do setor para com a redução da pegada ambiental, tornando esta indústria líder na mudança de paradigma. Esta é a diretriz fundamental no assumir do compromisso em preservar os oceanos, navegando rumo a um futuro de zero emissões de carbono.