REGATA INTERNACIONAL DE VELA OCEÂNICA “DÉFI ATLANTIQUE” ESCALA A MARINA DA HORTA ESTA SEMANA

 

A baía, o porto e a marina da Horta acolhem esta semana uma grande competição de vela oceânica internacional, com a passagem pela ilha do Faial da segunda edição da “DÉFI ATLANTIQUE”, prova oficial da Federação Francesa de Vela destinada a iates da ‘Classe40’ (embarcações de 12 metros) e a equipas com um mínimo de dois tripulantes, que largou a 1 de abril da ilha de Guadalupe, nas Antilhas.

No final da primeira etapa desta regata, a meio da tarde de terça-feira, 11 de abril e após 2726 milhas náuticas percorridas, entre Pointe-a-Pitre e a Horta, a vitória coube ao skipper francês Ian Lipinski, no veleiro “Credit Mutuel”, que faz equipa com os compatriotas Antoine Carpentier e Rémi Fermin, após 10 dias, 00 horas, 11 minutos e 36 segundos de navegação de alto mar.

O pódio desta prova, destinada a navegadores profissionais e semi-profissionais, completou-se, ainda até ao final do dia de anteontem, com dois skippers italianos, concretamente Ambrogio Beccaria (“Alla Grande – Pirelli”) e Alberto Bona (“IBSA”), o primeiro a mais de 01 hora e 56 minutos dos vencedores e o segundo com uma diferença de mais de 05 horas e 36 minutos para os gauleses que cortaram a linha de meta na frente.

Nestas duas equipas transalpinas há particularidades interessantes a salientar como o facto de estar integrado na equipa de Ambrogio Beccaria, além de Alberto Riva, Gianluca Guelfi, que é, nem mais nem menos, que o arquiteto naval que desenhou a embarcação “Alla Grande – Pirelli”, muito recente, lançada à água em 2022. Por seu lado, com Alberto Bona, além do espanhol Pablo Santurde, faz esta prova o italiano Pietro Luciani, que em 2019 foi o vencedor (com o iate “Earendil”) da segunda etapa da primeira edição da “DEFI ATLANTIQUE”, competição na qual acabou por se posicionar, nas contas finais, há quatro anos, no segundo lugar, com pouco mais de 15 dias e 12 horas de navegação oceânica, comportando na altura na sua equipa os conhecidos Antoine Carpentier e Ambrogio Beccaria.

Esta edição da regata transatlântica “DÉFI ATLANTIQUE” envolveu agora 13 veleiros da ‘Classe40’ (mais um que em 2019) e um total de 44 velejadores, de cinco nacionalidades diferentes, entre franceses, italianos, belgas, ingleses e espanhóis, achando-se na frota três mulheres e registando-se, em alguns casos, acertos nas tripulações para a segunda etapa, em direção à Europa continental.

O percurso entre a ilha de Guadalupe, nas Antilhas Francesas, e os Açores (Horta), desenvolve-se num trajeto ideal, em linha reta, de 2223 milhas náuticas, mas, na realidade, todos os veleiros, no final da primeira etapa terão percorrido, sobre o fundo do mar, pelo menos, mais 500 milhas, em função das especificidades da navegação à vela, que implicam contar com as diferentes direções do vento para se traçar o melhor percurso, procurar as zonas de ventos mais intensos para assegurar bons desempenhos e fugir, em certas situações, de condições de mar e vento desaconselháveis, para salvaguarda da integridade das embarcações e suas tripulações.

De entre os participantes nesta edição da “DÉFI ATLANTIQUE” estão velhos conhecidos de outras competições de alto-mar para os Açores, com relevância para Ian Lipinski (vencedor da Les Sables > Les Açores > Les Sables em 2012 e em 2016, neste último caso no segmento de iates protótipo) e Ambrogio Beccaria (que foi vencedor da Les Sables > Les Açores > Les Sables em 2018, para embarcações Mini, no segmento dos veleiros de fabrico em série).

A “DÉFI ATLANTIQUE” é uma regata destinada exclusivamente a embarcações de 40 pés de comprimento (12,19 metros), agregadas na ‘Classe40’ (existente desde 2004), que se destina a trazer de volta das Caraíbas para a Europa as embarcações que, no final de 2022, estiveram envolvidas na famosa “Rota do Rum”, relevante competição do panorama náutico internacional para solitários, que ocorre a cada quatro anos. Note-se que a “Défi” é a única regata de alto desempenho a escalar os Açores no âmbito de travessias completas do Atlântico Norte e aprofunda o ciclo de eventos que todos os anos passam no arquipélago açoriano e que apresentam, repetidamente, a chancela oficial da Federação Francesa de Vela para provas offshore.

A regata – que se constitui num excelente veículo promocional do arquipélago, em função da repercussão internacional que a mesma comporta, nas redes sociais, na Internet (com mais de 6.370.000 de referências, somente quanto à edição deste ano) e na comunicação social (sobretudo em França, Itália e Inglaterra) – é organizada, conjuntamente, pela Grand Pavois Organisation (GPO) e pela ‘Classe40’, com a colaboração da ‘Região Guadeloupe’, da cidade e dos portos de La Rochelle (França), e tendo como parceiros, nos Açores, a Câmara Municipal da Horta, a Portos dos Açores, S.A., o Clube Naval da Horta e a Associação Regional de Vela dos Açores, entidades agregadas na Comissão Náutica Municipal da Horta, que garantem um vasto programa social durante a presença dos velejadores em terras açorianas.

A segunda etapa da “DÉFI ATLANTIQUE” faz-se ao mar, na baía da Horta, previsivelmente no próximo domingo, 16 de abril, pelas 13:00 horas [sujeito a confirmação, quanto ao dia e hora], para mais cerca de 1200 milhas de navegação oceânica, agora em direção a La Rochelle, França, sendo que estas mesmas embarcações da ‘Classe40’ (previsivelmente com um pelotão bem superior, com cerca de 25 iates) voltam à ilha do Faial no próximo mês de julho, para a 8.ª edição da Les Sables > Horta > Les Sables, prova de cadência bienal, que se realiza, repetidamente, já desde 2009.