O Governo dos Açores e a empresa pública Portos dos Açores, S.A. (PA) lançaram formalmente no passado mês de maio, a primeira pedra da empreitada de construção do novo Porto das Lajes das Flores, uma obra a desenvolver ao longo de cinco anos, pelo valor de € 194.830.000,00 [cento e noventa e quatro milhões, oitocentos e trinta mil euros, mais IVA à taxa legal em vigor], com financiamento comunitário a 85% assegurado pelo Programa Sustentável 2030.
Este investimento decorre da destruição verificada naquela infraestrutura portuária a 2 outubro de 2019 por ação do furacão ‘Lorenzo’, a qual mais tarde, em 10 dezembro de 2022, foi novamente atingida e sacrificada de forma profunda pela depressão ‘Efrain’. Neste entretanto seriam desenvolvidas naquele local, intercalarmente, três outras empreitadas, a primeira para “proteção de emergência”, a segunda para “construção de uma ponte-cais e rampa Ro-Ro” e a terceira para novas obras de “proteção de emergência” (levadas a cabo em 2023, pós-Efrain), as quais, somadas, representaram um investimento superior a € 33.000.000,00 [trinta e três milhões de euros, mais IVA à taxa legal em vigor].
Falando na altura da cerimónia, no Porto das Lajes das Flores, a Presidente do Conselho de Administração da PA, Sancha Costa Santos, salientou que “estas intervenções permitiram que o tráfego marítimo e a circulação de mercadorias se fizesse sem grandes sobressaltos, nestes últimos anos, período em que as Lajes das Flores também recebeu, a tempo e horas, os imprescindíveis navios de combustíveis”.
Para a Presidente da Portos dos Açores, S.A., esta intervenção na ilha das Flores traduz-se no “maior trabalho de construção civil marítimo-portuário alguma vez feito no nosso arquipélago, pela sua dimensão real, pela dificuldade de o desenvolver (assegurando sempre o abrigo e a operacionalidade de toda a infraestrutura, ao longo dos 60 meses de intervenção previstos) e, ainda, pela expressão financeira deste assinalável investimento”.
Sancha Costa Santos esclareceu, por outro lado, que “esta obra desenvolve soluções que permitem dotar o Porto das Lajes das Flores de melhores premissas de operacionalidade, segurança e resiliência, com vista, nomeadamente, a incrementar as condições de abrigo na bacia portuária, a aumentar os fundos de serviço do cais principal, a criar redundâncias para garantir a permanente disponibilidade de zonas de acostagem e separar os diversos setores portuários, com distinção evidente entre a zona de movimentação de mercadorias e a zona preparada para receber passageiros e navios de cruzeiros de expedição”.
Esta empreitada de construção do novo Porto das Lajes das Flores compreende a reconstrução do molhe-cortina e seu prolongamento em aproximadamente 95 metros e a construção de um novo cais com 170 metros de comprimento, com fundos de serviço de -9 metros (ZH) e plataforma de 40 metros de largura, nela se incluindo, igualmente, a construção do novo edifício da gare de passageiros e de apoio às operações portuárias, bem como a reabilitação de todas as redes técnicas gerais (água, energia elétrica, iluminação pública, CCTV e combustíveis).
A cerimónia de lançamento da primeira pedra da empreitada de construção do novo Porto das Lajes das Flores foi presidida, a 19 de maio, pela Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, ficando agora os trabalhos a cargo de um agrupamento constituído pelas empresas Tecnovia Açores, Sociedade de Empreitadas, S.A., ETERMAR – Engenharia e Construção, S.A., Teixeira Duarte – Engenharia e Construções, S.A., e Marques, S.A., em resultado de projeto geral da responsabilidade do consórcio projetista Morim de Oliveira / MSW – Estudos e Projetos de Obras Marítimas, Lda..
A Portos dos Açores, S.A. (PA) marcou presença esta semana na 40.ª edição da ‘Seatrade Cruise Global’, em Miami, um dos maiores e mais importantes eventos internacionais do setor de cruzeiros. Numa comitiva que integrou a Presidente do Conselho de Administração da empresa, Sancha Costa Santos e o responsável pela promoção do setor, André Velho Cabral, destacou-se a oferta portuária única das ilhas dos Açores, com foco na infraestrutura e serviços de qualidade para navios de cruzeiro.
A participação da PA na ‘Seatrade Cruise Global’, certame que encerra esta quinta-feira, proporcionou uma excelente oportunidade para fortalecer parcerias internacionais, promover o destino «Açores» como uma opção atrativa para os cruzeiristas e discutir inovações no setor, reafirmando o compromisso da Portos dos Açores com a sustentabilidade e a excelência no atendimento aos visitantes.
No decurso do evento, realizou-se uma Assembleia Geral Extraordinária da “Cruise Atlantic Islands”, na qual participaram os cincos Presidentes dos portos da Macaronésia. Estiveram em análise, entre outros, a aprovação do plano comercial e de marketing para o triénio 2025/2027, especialmente direcionado para o turismo de cruzeiros, sob a marca comum ‘Cruise Atlantic Islands’. A Associação Internacional dos Portos das Ilhas da Macaronésia, criada em 2024, congrega cinco Administrações Portuárias dos arquipélagos de Madeira, Cabo Verde, Canárias (Las Palmas e Santa Cruz de Tenerife) e Açores, com o objetivo de promover, de forma agregada, estes arquipélagos atlânticos junto da indústria de cruzeiros e, particularmente, perante as diferentes companhias, entre armadores e operadores.
O navio de cruzeiros de expedição “National Geographic Endurance” está a realizar três itinerários pelos Açores, totalizando 22 escalas em sete das nove ilhas do arquipélago. Estas viagens vão proporcionar aos passageiros uma experiência verdadeiramente imersiva, permitindo-lhes descobrir de perto as singularidades naturais e culturais da região açoriana.
Com Ponta Delgada a servir de «turnaround port» para as três viagens, os cruzeiros têm início nos dias 2, 10 e 18 de abril, com escalas nos portos de São Roque do Pico, Velas de São Jorge, Horta, Praia da Graciosa, Angra do Heroísmo e Vila do Porto. Esta expedição oferece aos passageiros a oportunidade de explorar paisagens deslumbrantes, imergir na cultura vibrante do arquipélago e vivenciar a reconhecida hospitalidade açoriana em cada paragem. Destacando-se pelo seu foco na fauna e flora locais, esta tipologia de cruzeiro adota as mais rigorosas práticas de sustentabilidade, em linha com os elevados padrões das viagens promovidas pela National Geographic/Lindblad Expeditions.
A realização destes itinerários a bordo do “National Geographic Endurance” não só impulsiona a economia local através do turismo, como também reforça a importância dos cruzeiros de expedição na redução da pegada ecológica. Os Açores têm-se afirmado como um destino turístico sustentável e especialmente atrativo para este segmento, que já representa metade das escalas anuais no arquipélago.
A Portos dos Açores, S.A. está a trabalhar no sentido de serem prestados os melhores serviços na Marina da Horta aos seus utentes e de serem geradas mais-valias para toda a economia local do Faial.
Particularmente no que diz respeito a soluções para o estacionamento a seco de embarcações de recreio e para a realização de pequenas reparações, a empresa pública, conjuntamente com o Governo Regional, irá implementar em breve uma reorganização dos espaços portuários, que alargará a perspetiva inicial de utilização, somente, do denominado ‘parque de invernagem’ da antiga pedreira da doca.
A referida reorganização dos espaços portuários deve, cumulativamente, implicar uma intervenção geral no Largo Dr. Manuel de Arriaga, em coordenação de esforços com a Câmara Municipal da Horta. Neste contexto, uma reunião do Conselho de Administração da Portos dos Acores, S.A. com a edilidade faialense vai decorrer ainda na primeira quinzena deste mês de Março.
No terrapleno da antiga pedreira da doca irão ser entretanto, por seu lado, promovidas as ligações de fornecimento de energia elétrica, água e telecomunicações e há intenção de lançar um procedimento de concessão de uma área limitada para instalação de uma pequena oficina de reparação naval.
Os investimentos de maior vulto a promover no futuro no Porto da Horta serão anunciados a seu tempo, depois de ponderadas todas as hipóteses operacionais em cima da mesa, analisadas as diferentes alternativas técnicas de construção civil e visto o respetivo enquadramento financeiro.
